sábado, 17 de julho de 2010

Onde esta o nosso orgulho ???

Um povo não se desfaz do seu passado histórico, e nem da sua tradição.
Mas no caso da Guine Bissau, a realidade e outra. O passado e’ um lixo irreciclavel.
Se formos ver as nações mais avançadas do planeta como EUA, Japão, China… as crianças começam aprender a historia e da sua tradição desde sua tenra idade. Por exemplo, A China tem a mais longa tradição cultural do mundo, com uma historia contínua de mais de 3.000 anos. A cultura chinesa conheceu uma notável longevidade e expansão geográfica que remonta pelo menos ao terceiro milênio antes de cristo, altura em que este povo se concentrava na região do Rio Amarelo. A periodização da civilização chinesa foi estabelecida através das diferentes dinastias que governaram a nação, desde as precursoras Chang (1650 AC -1027 AC ), cujas produções culturais se enquadram no período de bronze e zhou (1027 AC - 256 dc ).
 Todo chinês aprende isso e o valoriza; as crianças chinesas apesar de tanta tecnologia, são obrigados a aprender.
Nos Estados Unidos, as crianças aprendem como foi a Guerra civil Americana, como aconteceu a união por ai fora, tudo isso contribuiu no patriotismo Americano e amor ao seu pais. Se você conversar com a criança Americana, vai descobrir que na sua mentalidade existe uma filosofia de conservadorismo, de superioridade, de extremo patriotismo e grande amor pelos valores da pátria.
Uma vez perguntei uma criança na Guine sobre o massacre de pindjiguiti, a criança me respondeu dizendo que não sabe, o único pindjiguiti que conhece e’ a radio! Isto e uma vergonha para o nos, e’ inaceitável.
Me lembro da minha infância, quando era pioneiro, todas as crianças tinham a noção do passado da Guine Bissau. Todos sabiam cantar o nosso Hino nacional, e venerávamos os nossos combatentes da liberdade da pátria; nas escolas se falava das resistências dos lideres tribais anti ocupação portuguesa como N’fali Sonco, Massacre de pindjiguiti…
Na década 90 os guineenses reclamaram da disciplina Formação Militante, que o seu uso só favorecia PAIGC. Eliminamos essa disciplina no nosso currículo escolar sem criarmos outra forma de ensinar as nossas crianças os valores da nossa pátria amada. Afinal acabamos por golpear e matar o orgulho duma nação, minamos o patriotismo e o amor que reinava no nosso meio, implantamos o tribalismo que antes não existia nos momentos mais difíceis da Guerra da Libertação nacional. Sem amor pela nossa pátria surgiram clivagens no seio da nossa sociedade; desistimos da nossa pátria amada.
E’ urgente resgatarmos os valores nacionais, amor a nossa bandeira nacional, começar issar a nossa bandeira em todos os edifícios públicos, privados… nas escolas, hospitais, estabelecimentos de ensino, cemitérios, nas nossas casas, nos nossos carros… as crianças para cantarem o nosso hino na escola.... Temos que nos reencontrar. Um povo sem a historia e’ um povo sem alma, e um povo sem alma e’ um povo condenado a fracasso e abismo. Estamos perdidos, por isso, vivemos este drama de falta de amor pelo companheiro e de ambição desmedida que hoje nos levou adotar droga no lugar da nossa castanha de caju; a nossa ignorância nos levou a trocarmos o nosso N’gumbe, kussunde, djambadon... Pela R&amp,B...

Força todos os guineenses, e’ muito tarde para nos culparmos; o fracasso não e’ cair no buraco, o fracasso e’ cair e não se levantar.
A árvore quando está sendo cortada observa com tristeza que o cabo do machado é de madeira. O fracasso é a mãe do sucesso. Podemo-nos levantar, sacudir a poeira e dar volta por cima.
Guine Bissau, a minha pátria amada, eu te amo e te amarei para sempre.


Por: Suleimane Camara, USA

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