quinta-feira, 23 de julho de 2009

Kumba Ialá promete manter o atual governo se vencer as eleições. E disse que vai aceitar resultados, justos, claros e não fabricados

O candidato às eleições presidenciais de domingo na Guiné-Bissau Kumba Ialá, apoiado pelo Partido de Renovação Social (PRS), disse hoje que vai aceitar resultados do escrutínio que "não criem dificuldades de compreensão" e que não sejam "fabricados". Por Isabel Marisa Serafim da Agência Lusa "Naturalmente (que aceito resultados). Resultados justos, resultados claros que não criem dificuldade de compreensão", afirmou Kumba Ialá em declarações aos jornalistas. "Nós somos democratas, mas não continuaremos a aceitar resultados fabricados à semelhança de 1994 e nestes últimos (presidenciais de 2005), que também foram fabricados para facilitar a passagem à segunda volta de "Nino" Vieira com Malam Bacai Sanhá", afirmou o ex-Chefe de Estado do país. "Será que é possível que o general "Nino" Vieira, que passou seis anos em Portugal, que permitiu a guerra de 07 de Junho aqui, tenha conseguido condições para me ultrapassar e passar à segunda volta com Malam Bacai Sanhá?", questionou Kumba Ialá. "Não aceitaremos mais qualquer fabricação, ponto final", concluiu. Questionado sobre as suas relações com Malam Bacai Sanhá, candidato da oposição, Kumba Ialá explicou que "são adversários políticos, não são inimigos". "Nós temos uma cultura de democracia, de paz, de tolerância, de diálogo, não obstante tenhamos que declarar algumas verdades, porque a nossa geração não tem de esconder absolutamente nada", explicou. "O país sofreu muito ao longo de 35 anos de governação do sistema de partido único do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que trouxe grandes desgraças ao país até à guerra de 07 de Junho e isso arruinou o país economicamente", sublinhou. "Isso leva-nos a levantar a voz contra o sistema de governação do PAIGC, que é um sistema defunto. Eu digo e repito várias vezes que neste momento aquilo que nós estamos a praticar é uma luta de gerações, mas não é uma luta de ódio, é uma voz de revolta contra um sistema antiquado e retrógrado de direcção do Estado", salientou o antigo presidente. Aos guineenses, Kumba Ialá disse que não faz promessas, que apenas promete "trabalho". "A mensagem que queremos deixar ao povo da Guiné-Bissau é de harmonização. O que nós queremos é virar a página", referiu. Kumba Ialá voltou a garantir que, se for eleito Presidente no domingo, vai manter o Governo liderado por Carlos Gomes Júnior. "O primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior foi eleito pelo povo e quem o vai julgar é o povo", afirmou.

Fonte: Lusa

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